Equipe do PRIMEIRO JORNAL

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Valci,Luciana, Ramon, Cristiane e Heron

terça-feira, 13 de abril de 2010

A próxima vítima de Murdoch

Matéria recortada no site da EXAME NEGOCIOS:

exame/negócios

Dono do Wall Street Journal, o magnata Rupert Murdoch parte para a realização de um sonho antigo - aniquilar o jornal mais importante do mundo, o New York Times

Por Tiago Lethbridge
29.03.2010
10h44


Por décadas, os dois maiores jornais do mundo mantiveram o que se pode chamar de coexistência pacífica em sua cidade natal. O New York Times e o Wall Street Journal brilhavam em seus respectivos espaços sem incomodar um ao outro. O Journal se estabeleceu como aquilo que ficou conhecido como "segunda leitura" do dia - um jornal que complementava, com originalidade, a cobertura do dia a dia feita pelos jornais das grandes cidades americanas. Estava indo tudo bem até que entrou na história o invocado magnata australiano Rupert Murdoch, dono do conglomerado de mídia News Corp. Em agosto de 2007, Murdoch comprou o Wall Street Journal por 5 bilhões de dólares. Quando estava prestes a concluir o negócio, o australiano enviou um bilhete a Arthur Sulzberger Jr., controlador do Times. "Que comece a batalha", escreveu Murdoch. Sulzberger achou graça do recado. Num editorial publicado dias antes, o Times havia endossado a tese de que Murdoch acabaria com a celebrada independência dos jornalistas do Wall Street Journal, arrasando, assim, a reputação do jornal. Além disso, a ideia de que o Journal e o Times se tornariam inimigos desafiava a lógica reinante até então. Se Murdoch quisesse ir à guerra total com Sulzberger, teria de transformar o melhor diário econômico do mundo num jornal de interesse geral - num novo New York Times, em suma. Murdoch, claro, não seria louco o bastante para fazer isso. Ou seria?
Como bem se sabe, não convém apostar contra o instinto belicoso de Rupert Murdoch. E, após mais de dois anos de preparação, a guerra entre os maiores jornais do mundo será deflagrada para valer em abril. O dono da News Corp. vinha aumentando gradualmente a cobertura de temas em que o Journal não se destacava, como política e assuntos internacionais. Mas no dia 26 de abril a transformação mudará de patamar: o Wall Street Journal lançará um caderno diário de notícias da cidade de Nova York, num ataque direto e sem precedentes ao Times. Isso mesmo: a partir de abril, o venerável jornalão de economia e negócios se dedicará à cobertura de homicídios, acidentes de trânsito e buracos de rua. O caderno terá até 16 páginas diárias. Num momento em que todos os jornais americanos cortam custos (o Times reduziu 18% de sua folha de pagamentos no ano passado), Murdoch investiu quase 100 milhões de dólares ao montar uma nova redação para o Journal e criar a seção de cidades. Seu objetivo é conquistar uma fatia do bolo publicitário local, uma senhora fonte de receita para o Times. O Journal já fez acordos com grandes anunciantes, como os varejistas de luxo Bloomingdale's e Bergdorf Goodman. "Certo jornal de Nova York parou de cobrir a cidade como cobria", disse Murdoch em março. "Eu prometo - o Wall Street Journal não cometerá o mesmo erro."


De acordo com quem entende A cabeça de Murdoch, a transformação do Journal é motivada por dois componentes - um racional, outro nem tanto. O racional é aquilo que Murdoch e seus executivos consideram o esgotamento do modelo de "segunda leitura". Na era pós-internet, afinal, as pessoas não vêm se mostrando muito dispostas a comprar nem mesmo um jornal todos os dias - o que dirá dois. A saída, seguindo esse raciocínio, é transformar a segunda leitura em primeira. E, para isso, é necessário passar a cobrir todos os assuntos típicos de um jornal diário. A dúvida, porém, é se faz sentido econômico, em meio à maior crise da história do jornalismo impresso americano, investir tanto na criação de um concorrente para o New York Times. É aí que entra o que observadores consideram o lado irracional da transformação do Wall Street Journal: ela é impulsionada por uma antiga e crescente obsessão de Murdoch - aniquilar o jornal da família Sulzberger. "O Times é o melhor jornal do mundo. Para assumir o lugar que ele considera seu de direito, Murdoch precisa ou comprá-lo ou destruí-lo", diz Michael Wolff, autor de O Dono da Mídia, uma biografia do empresário australiano. "Ele não vai descansar até conseguir." A estratégia do confronto está no DNA de Murdoch: suas "newspaper wars" na Inglaterra e nos Estados Unidos já se tornaram célebres. Para Murdoch, o jornalismo é um jogo de soma zero: a única forma de ganhar espaço é roubando leitores dos outros.
exame/negócios


A próxima vítima de Murdoch

Dono do Wall Street Journal, o magnata Rupert Murdoch parte para a realização de um sonho antigo - aniquilar o jornal mais importante do mundo, o New York Times
Por Tiago Lethbridge
29.03.2010
10h44

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Por décadas, os dois maiores jornais do mundo mantiveram o que se pode chamar de coexistência pacífica em sua cidade natal. O New York Times e o Wall Street Journal brilhavam em seus respectivos espaços sem incomodar um ao outro. O Journal se estabeleceu como aquilo que ficou conhecido como "segunda leitura" do dia - um jornal que complementava, com originalidade, a cobertura do dia a dia feita pelos jornais das grandes cidades americanas. Estava indo tudo bem até que entrou na história o invocado magnata australiano Rupert Murdoch, dono do conglomerado de mídia News Corp. Em agosto de 2007, Murdoch comprou o Wall Street Journal por 5 bilhões de dólares. Quando estava prestes a concluir o negócio, o australiano enviou um bilhete a Arthur Sulzberger Jr., controlador do Times. "Que comece a batalha", escreveu Murdoch. Sulzberger achou graça do recado. Num editorial publicado dias antes, o Times havia endossado a tese de que Murdoch acabaria com a celebrada independência dos jornalistas do Wall Street Journal, arrasando, assim, a reputação do jornal. Além disso, a ideia de que o Journal e o Times se tornariam inimigos desafiava a lógica reinante até então. Se Murdoch quisesse ir à guerra total com Sulzberger, teria de transformar o melhor diário econômico do mundo num jornal de interesse geral - num novo New York Times, em suma. Murdoch, claro, não seria louco o bastante para fazer isso. Ou seria?
Como bem se sabe, não convém apostar contra o instinto belicoso de Rupert Murdoch. E, após mais de dois anos de preparação, a guerra entre os maiores jornais do mundo será deflagrada para valer em abril. O dono da News Corp. vinha aumentando gradualmente a cobertura de temas em que o Journal não se destacava, como política e assuntos internacionais. Mas no dia 26 de abril a transformação mudará de patamar: o Wall Street Journal lançará um caderno diário de notícias da cidade de Nova York, num ataque direto e sem precedentes ao Times. Isso mesmo: a partir de abril, o venerável jornalão de economia e negócios se dedicará à cobertura de homicídios, acidentes de trânsito e buracos de rua. O caderno terá até 16 páginas diárias. Num momento em que todos os jornais americanos cortam custos (o Times reduziu 18% de sua folha de pagamentos no ano passado), Murdoch investiu quase 100 milhões de dólares ao montar uma nova redação para o Journal e criar a seção de cidades. Seu objetivo é conquistar uma fatia do bolo publicitário local, uma senhora fonte de receita para o Times. O Journal já fez acordos com grandes anunciantes, como os varejistas de luxo Bloomingdale's e Bergdorf Goodman. "Certo jornal de Nova York parou de cobrir a cidade como cobria", disse Murdoch em março. "Eu prometo - o Wall Street Journal não cometerá o mesmo erro."
De acordo com quem entende A cabeça de Murdoch, a transformação do Journal é motivada por dois componentes - um racional, outro nem tanto. O racional é aquilo que Murdoch e seus executivos consideram o esgotamento do modelo de "segunda leitura". Na era pós-internet, afinal, as pessoas não vêm se mostrando muito dispostas a comprar nem mesmo um jornal todos os dias - o que dirá dois. A saída, seguindo esse raciocínio, é transformar a segunda leitura em primeira. E, para isso, é necessário passar a cobrir todos os assuntos típicos de um jornal diário. A dúvida, porém, é se faz sentido econômico, em meio à maior crise da história do jornalismo impresso americano, investir tanto na criação de um concorrente para o New York Times. É aí que entra o que observadores consideram o lado irracional da transformação do Wall Street Journal: ela é impulsionada por uma antiga e crescente obsessão de Murdoch - aniquilar o jornal da família Sulzberger. "O Times é o melhor jornal do mundo. Para assumir o lugar que ele considera seu de direito, Murdoch precisa ou comprá-lo ou destruí-lo", diz Michael Wolff, autor de O Dono da Mídia, uma biografia do empresário australiano. "Ele não vai descansar até conseguir." A estratégia do confronto está no DNA de Murdoch: suas "newspaper wars" na Inglaterra e nos Estados Unidos já se tornaram célebres. Para Murdoch, o jornalismo é um jogo de soma zero: a única forma de ganhar espaço é roubando leitores dos outros.

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